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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Santarém: O Saudoso Castelo


Quem dos santarenos nascidos até o fim dos anos 60 não recorda com muito saudosismo do velho Castelo? Era um dos mais conhecidos monumentos da memória santarena, demolido no início dos anos 80 por não apresentar mais solidez.

O velho Castelo, apesar de não estar incluído entre as grandes obras do século XIX, pois foi construído em 1905, ficou conhecido e foi amado pelos santarenos por sua beleza e exuberância. Situado às margens do Rio Tapajós, na esquina com a Travessa dos Mártires, o castelo se tornou uma das mais belas visões desfrutadas por ribeirinhos ou visitantes que chegavam a Santarém.

Propriedade de um rico comerciante português conhecido como "Bastos", casado com uma santarena, com dupla finalidade: estabelecimento comercial e residência familiar.

Projetada por um engenheiro português, a obra era bastante avançada para a sua época, pois dispunha até mesmo de um trapiche flutuante, que, em época de cheia dos rios, facilitava o acesso ao recinto e o desembarque de mercadorias que chegavam em navios provenientes da Europa ou dos grandes centros do Brasil.

No andar térreo do castelo, funcionava o centro comercial de artigos finos, que obedecia ao sistema desenvolvido nas lojas francesas, uma espécie de shopping center, sendo as mercadorias de luxo divididas em seções, destinadas a atender aos gostos e às exigência de sua clientela, a socialite santarena.

Dada a influência de seu proprietário perante os seus compatriotas portugueses, o castelo chegou a funcionar também como sede do vice-consulado de Portugal. Por isso, chegou a ser ameaçado de ser invadido a saqueado por um grupo de pescadores, que em 1913, descontentes com uma prática ilegal de pesca adotada pelos lusitanos, ameaçavam ocupar o recinto caso a situação não fosse contornada. Felizmente, tudo acabou bem, e o Castelo continuou ileso.

Posteriormente, o castelo passou a ter outros proprietários, que fizeram uma série de reformas, sem, contudo, alterar suas estruturas externas, que, apesar de velhas e mal conservadas, mantinham-se belas e exuberantes.

Como demais obras arquitetônicas, o velho castelo desempenhou varias funções: pensão, hospedaria, lojas comerciais, depósito, refúgio de desocupados, até ser demolido. Dele nem as ruínas ficaram.

Texto: Santarém: uma Síntese Histórica de Antonia Terezinha dos Santos Amorim.

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