Você se Lembra?

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quarta-feira, 22 de março de 2017

Santarém: Navio Sobral Santos

Foto da orla da avenida Tapajós, 1977, bem em frente da praça do Pescador.
No centro da foto, o navio Sobral Santos, que, anos mais tarde (1981), iria a pique em Óbidos, matando dezenas e dezenas de passageiros.

O barco "Sobral Santos 2", que transportava 530 passageiros e 200 toneladas de carga na linha Santarém-Manaus, naufragou na madrugada de ontem no rio Amazonas, junto ao porto de Óbidos, no Pará. Calcula-se que mais de 300 pessoas morreram no acidente, embora apenas quatro corpos tenham sido resgatados até o final da tarde.
A Capitania dos Portos relacionou 178 sobreviventes, dos quais 53 estão internados na Santa Casa de Óbidos. Segundo depoimentos de passageiros, a embarcação navegava com excesso de peso e vinha tendo infiltração de água desde a partida de Santarém. O comandante do barco, Davi Ferreira, teria sido advertido do perigo.
Caso o número de mortos seja confirmado, este é o maior naufrágio já registrado na Amazônia.

BELEM (Do correspondente) - Embora somente quatro corpos tenham sido resgatados até agora, pode passar de 300 o número de mortos no naufrágio do barco a motor "Sobral Santos 2", ocorrido na madrugada de sábado no porto de Óbidos, Pará, às margens do rio Amazonas.
O velho "gaiola" pertencia à empresa Onze de Maio Navegação Onzenave, de Manaus, de Calil Miguel Mourão, e fazia a linha regular semanal entre Manaus e Santarém, no Pará, tendo registro na Capitania dos Portos do Amazonas, com licença para 500 passageiros e 200 toneladas de carga.
Na sexta-feira, às 19 horas, o "Sobral Santos 2" partiu de Santarém com 530 passageiros e excesso de carga. Além dos 430 passageiros em sua listagem, transportava mais 100 de dois pequenos barcos que estavam em pane no porto de Santarém, o "Miranda Dias" e o "Emérson", e recebera mais 100 toneladas de carga, além da sua, a maior parte saco de farinha e de cereais e 6 mil grades de cerveja e refrigerantes vazios.
Depois de nove horas de viagem aproximadamente, o "Sobral Santos 2" atracou no porto de Óbidos. Eram 3h30 e a maioria dos passageiros dormiam nos camarotes ou em redes atadas por sobre a carga que se espalhava por todo o barco, desde o porão até o convés.

Na atracação, a corda de náilon arrebentou e alguém gritou que o barco estava adernando. Muita gente acordou em pânico e correu para a amurada do barco que apressou o adernamento, indo o "Sobral Santos 2" a pique em menos de 10 minutos.
Com o adernamento muita carga caiu por cima dos passageiros e muitos passageiros jogaram-se na água, enquanto outros procuravam refúgio dentro dos camarotes, sem saber que lá ficariam presas sem possibilidade de salvamento.
O pânico foi geral e na cidade de Óbidos praticamente toda a população veio ao cais para testemunhar a tragédia. Dos 530 passageiros, apenas 178 foram relacionados por um oficial da Marinha como sobreviventes, dos quais 53 estão hospitalizados na Santa Casa de Misericórdia de Óbidos. Quatro corpos foram resgatados, sendo dois de crianças, nenhum identificado. Há 348 pessoas desaparecidas, provavelmente mortas, presas no interior de embarcação que naufragou em uma das mais profundas áreas do rio Amazonas, embora uma das menos largas. Segundo informações, a profundidade do rio em Óbidos varia de 50 a 80 metros.
Logo após o naufrágio, foram acionados salva-vidas da Polícia Militar e de empresas particulares, que trabalham com a ajuda da Marinha, que também deslocou de Santarém para Óbidos o navio patrulha "Roraima".
Também a Força Aérea deslocou para Óbidos dois aviões para ajudar no transporte dos sobreviventes para hospitais de Santarém.

Texto: Folha de São Paulo

sábado, 11 de março de 2017

Orla de Santarém, 1978




Uma bela vista da orla de Santarém em 1978, tendo como destaque na foto o antigo Trapiche Municipal de Santarém, que nesta época, já se encontrava em total estado de abandono.

domingo, 5 de março de 2017

Santarém: Travessa dos Mártires, 1977


De todas as ruas de Santarém, a travessa dos Mártires é a única que nunca mudou de nome porque,
segundo os mais antigos, ela nasce no rio Tapajós e termina no cemitério dos Mártires.