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quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Santarém: Usina municipal de eletricidade, 1960


















Iluminação Elétrica

Até o início do século XX, Santarém, como as demais cidades vizinhas, só dispunha de um sistema de iluminação arcaico e bastante deficitário, com o uso dos lampiões de querosene, que ficava expostos e suspenso em poste de ferro espalhados nas áreas de maior movimento e concentração populacional.

No dia 07 de Setembro de 1908, o Sr. Antônio Dias Vieira, pretendendo acionar um aparelho cinematográfico no Teatro Victoria, instalou a luz elétrica, o que foi um fato inédito na cidade. Durante os primeiros meses, a luz elétrica ficou restrita apenas ao teatro. Porém, por ocasião das festividades de Nossa Senhora da Conceição daquele ano, a praça monsenhor José Gregório, palco das festividade, passou também a ser iluminada, dando mais brilhantismo às cerimônias religiosas e ao arraial.

Posteriormente, novas instalações foram feitas, e o Sr Antônio Vieira continuava mantendo o serviço de iluminação elétrica na cidade. O motor utilizado era de 18 HP, e poucas eram as residências ou os estabelecimentos comerciais que ser beneficiavam do serviço, que era considerado bastante oneroso, uma vez que chegava a custar o equivalente a "Cr$ 3,00 por cada lâmpada de 25 vela".

Em 1915, o intendente municipal Galdino Veloso chegou a fazer um contrato com o Sr. Antônio Vieira, para que o sistema de iluminação fosse estendido até as ruas e logradouros públicos da cidade. Para atender à nova demanda, o concessionário passou a utilizar um novo motor de marca Hemington , de 30 HP, que "fornecia corrente contínua com a voltagem de 110 volts".

Embora não fornecesse energia regulamente, o sistema de iluminação pública passou representar um grande avanço na infraestrutura da cidade, não apenas por substituir os poéticos lampiões de querosene, mas também por oferecer novas possibilidades de desenvolvimento e crescimento da economia de santarém, através da instalação de novas indústrias.

Dois anos depois, em 1917, o sistema de iluminação elétrica melhorou ainda mais a qualidade do serviço que prestava à sociedade santarena. Nesse ano, chegava à cidade a nova caldeira, com 40 HP de potência, que passou a fornecer energia elétrica em maior quantidade e com mais frequência e regularidade.

A partir de 1922, em decorrência da crescente demanda, o então intendente municipal passou a contratar serviços de iluminação da firma Franklin S. Gonçalves. Anos mais tarde, com o aumento do números de ligações, o Prefeito Bernardo Borges Pires Leal adquiriu um novo equipamento gerador de energia, e mandou construir um prédio próprio para instalar o novo maquinário. A usina municipal de eletricidade, que só seria inaugurada em 1937, na gestão do prefeito Edgar de Sousa Franco.

Com o crescente consumo de energia, tanto pública quanto domiciliar, alguns anos depois, a energia elétrica gerada pela usina municipal acabou ficando cada vez mais insuficiente para satisfazer as necessidades dos usuários santarenos.

No fim dos anos de 1940, o interior do município também passou a ser beneficiado pelo sistema de iluminação elétrica. No ano de 1947, a usina municipal de eletricidade fornecia energia a " 48 logradouros e 765 ligações domiciliares ".

Esse rústico sistema de iluminação elétrica pouco contribuiu para o crescimento econômico do município, pois fornecia energia insuficiente e de pouca qualidade, que não permitia a instalação de centros industriais capazes de possibilitar novos empregos e gerar impostos, viabilizando o desenvolvimento regional.

Texto: Santarém: Uma Síntese Histórica de Antonia Terezinha dos Santos Amorim.

4 comentários:

  1. Muito orgulho deste homem que é meu Avô Materno.. lembro da minha mãe contando as historias dele e desta usina quew ele mandou buscar em São Paulo, e levada em lombo de burro, levou a luz elétrica para o cinema e para a Padaria...

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  2. Do lado de minha casa funcionou uma usina de energia produzida por vapor. tinha uma caldeira a lenha até os anos de 1960.

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    1. morei do lado da usina que tinha uma caldeira e um gerador desde 1959 e hoje sou engenheiro de caldeira e reproduzo energia via caldeira

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  3. Meu avô Antonio Dias Vieira! Homem empreendedor de quem tenho muito orgulho, pai de minha mãe, Wanda Dias Vieira Ribas, que nós contava como era meu avô.

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