Você se Lembra?

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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Santarém - Alvo das atenções do Mundo


Deu no Jornal Folha Vespertina, de Belém, no dia 21 de Fevereiro de 1956

A tranquila cidade do interior transformada em praça de guerra pelos oficiais revoltosos

                             

                             

Santarém é a mais importante cidade do interior parense. Grande comércio, com indústrias, grande movimento social, ponto obrigatório de aviões para reabastecimento. Depois de cair em poder das forças do major Haroldo Veloso, a vida da cidade mudou. Tudo está sob controle dos revoltosos. Não há comunicação para o exterior, pois que a estação do DCT, a da Panair e a da FAB estão em mãos do grupo sedicioso. Também o porto está fechado. Por isso, suspenderam-se as escalas por ali, por medida de segurança. De repente tudo mudou. Hoje Santarém é falada em todo o mundo. Mas como cidade apoderada pelos revoltosos. As fotos mostram Santarém num dia tranquilo e normal de sua vida de cidade de interior. Na primeira, assinalado, o prédio dos Correios e Telégrafos, na praça Monsenhor José Gregório. Na outra, o porto, com vários navio fundeados. E Santarém vai ser teatro, dentro das primeiras horas, de uma batalha militar, cujas proporções não se pode ainda calcular.

Fonte: Acervo particular de Ignácio Neto sobre Revolta de Jacareacanga.

* A Revolta de Jacareacanga ocorreu em Fevereiro de 1956, no Brasil. Foi um levante de militares da aeronáutica que não apoiavam Juscelino Kubitschek, Presidente da República que tomou posse menos de um mês antes. Dois oficiais da Aeronáutica tomam em 11 de Fevereiro dois avião em base militar no Rio de Janeiro e desviam para Santarém e Jacareacanga, no Pará, em ensaio de golpe militar. A revolta terminou no dia 29 de Fevereiro.

Um comentário:

  1. Eu era jovem, com 10 anos de idade, mas me lembro de detalhes sobre essa revolta, da qual meu irmão, meu pai e um cunhado tiveram participação discreta entre os demais convocados por Veloso, o revoltado. Na época, morava em Jacareacanga, um povoado de casebres, criados pela Fundação Brasil Central, habitado por funcionários dessa entidade e por seringueiros, tendo como vizinhos os índios mundurukus.

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