Cartão postal do cemitério Nossa Senhora dos Mártires, final do século XIX.
Em idos de 1855, uma epidemia de " cólera morbus " infectou a população da recém criada cidade de Santarém e outros municípios vizinhos. Até aquela época era costume que os cemitérios ficassem próximo às igrejas ou mesmo, como chegou a ocorrer na Matriz de Santarém, alguns mortos eram sepultados dentro das próprias igrejas das vilas e cidades do interior.
O Cemitério Nossa Senhora dos Mártires surgio, portanto, para receber os falecidos da " peste", muito deles recolhidos numa carroça pelo padre João Antonio Fernandes, que levava os defuntos para os enterrar em um local fora dos limites da cidade, por isso mesmo, o Padre João é considerado por alguns como fundador do Cemitério Nossa Senhora dos Mártires. Sua capela foi construída pelo poder público em idos da década de 1870. Alguns atribuem a Monsenhor José Gregório Coelho a iniciativa da construção. Há relatos de que o altar de Mármore da Matriz de Nossa Senhora da Conceição era, na verdade, destinado para a capela do cemitério de nossa Senhora dos Mártires, mas como era grande para as proporções modesta da capela, Monsenhor José Gregório optou por montá-lo na Matriz, substituindo o antigo alta-mor da padroeira feito em madeira.
O mais antigo jazigo que se pode ver e o do Padre Raimundo Antonio Fernandes ( irmão do Padre João Fernandes ) que faleceu em Santarém no dia 06 de Agosto de 1864. A capela foi reconstruída em 1948 na gestão do prefeito Aderbal Tapajós Caetano Corrêa. A linha arquitetônica da capela é bem simples para os padrões da época. Possui uma porta central em forma de arco e no alto da fachada um frontão, duas pinhas e um pedestal sustentando um crucifixo.
Em fins da década de 1940, o prefeito Aderbal Tapajós Caetano Corrêa decidiu fazer a Avenida Mendonça Furtado cortando o terreno do único cemitério de Santarém, apesar dos protestos de algumas famílias que tiveram que remanejar a sepultura de seus mortos. O poder público inaugurou em 19 de Dezembro de 1949 o cemitério de São João Batista.
Foto: Horácio Silva, enviada por Sidney Mesquita.
Texto: Sidney Canto
Eu acho engrandecedor encontrar matérias sobre a história de Santarém. Acho estranho as pessoas da cidade não procurarem saber com a construção e as pessoas que participaram disso tudo. Fiquei encantada quando fui ao cemitério e vi lindas lápides centenárias e com português bem arcaico. Santarém precisa ter a sua História reconhecida por todos. Grata
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