Instalada a missão do Tapajós em 1661, trinta e seis anos depois era inaugurada a sua "Fortaleza do Tapajós".
Francisco
da Costa Falcão, português de grande fortuna, propôs ao governo de
Lisboa construir fortificações pela Amazônia, à sua custa, sob uma única
recompensa: a de ser nomeado comandante dessas fortificações, com o
posto de capitão.
A
proposta de Falcão foi aceita, tendo este iniciado a construção do
forte na aldeia dos Tapajós, em 1693. Morreu, entretanto, durante o
empreendimento. As obras prosseguiram sob a administração de seu filho
Manoel da Mota de Siqueira.
A fortaleza Foi inaugurada, em 1697, embora não estivesse ainda totalmente concluída.
Como
recompensa por ter edificado três fortalezas, a de Óbidos, a do Paru e a
do Rio Negro, e de terminar a de Santarém, deu, o rei de Portugal, a
Manoel da Mota de Siqueira, o comando de um dos fortes, à sua escolha,
por "três vidas", isto é, por três gerações. Siqueira optou pela de
Óbidos.
Entretanto,
já em 1749, a fortaleza estava a exigir sérios reparos, conforme
verificara o mestre de campo José Miguel Aires, em visita de inspeção.
Em
1762, o governador Manoel Bernardo de Melo e Castro delegou poderes ao
engenheiro Domingos Sambucetti para reedificar a fortaleza de Santarém.
Cumprindo sua missão, Sambucelli projetou a nova fortaleza, construindo-a em pedra e cal, obra de grande resistência e solidez.
Novas restaurações foram feitas em anos posteriores.
A
última tentativa de recuperação do forte deu-se em 1867, quando o
governo imperial mandou o capitão-engenheiro Luiz Antônio de Sousa
Pitanga realizar o trabalho. Ao mesmo tempo, enviou o imperador seis
peças de artilharia, calibre 6, para serem colocadas na fortaleza. Os
trabalhos, porém, não foram concluídos ficando os canhões no leito da
rua do Príncipe, hoje Galdino Veloso (entre as Travessas dos Mártires e
15 de Agosto), lá permanecendo por quase um século. Em 1948, quando já
estavam meio soterrados, dois desses canhões foram retirados do leito da
rua e encaminhados à praça do
Centenário, onde foram colocados como ornamento. Posteriormente, mais
dois foram retirados para "enfeitar" o aeroporto e os dois restantes,
encaminhados à sede da FAO (hoje SUDAM), no bairro da Liberdade.
Hoje, nem mais se vislumbra o que quer que seja do antigo forte, que desapareceu por completo.
A
"Fortaleza do Tapajós" ficava na colina onde hoje está a Escola
Estadual de 1º Grau "Frei Ambrósio", cuja colina era chamada de "Morro
do Castelo", depois "Morro da Fortaleza" ou simplesmente "Fortaleza",
como é chamada em nossos dias.
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