Então, em 1896, a Câmara Municipal cogitou seriamente de construir um mercado. Houve discussão crespa entre os edis por causa do local. Dois queriam que fosse localizado à rua do comércio, então chamada rua Barão do Tapajós, no cruzamento com a travessa 15 de Novembro, quarteirão onde hoje estão a Casa Mim e as outras construções de Joaquim da Costa Pereira, fazendo frente para o rio; outros dois preferiam às proximidades da Praça da matriz, ainda outros o queriam perto do Teatro, em construção, exatamente, no local onde agora se encontra o mercado novo.
Vídeo raríssimo do antigo Mercado Municipal de Santarém, 1932.
Vídeo produzido pela Ford Motion Picture.
Matando o impasse os Barões de São Nicola ofereceram gratuitamente um terreno de sua propriedade na mesma rua Barão do Tapajós, oferta que foi aceita e logo providenciada a edificação do primeiro mercado público de Santarém. A planta foi também gentilmente oferecia pelo engenheiro, tenente coronel Adriano Pimentel, filho da terra. No dia 17 de fevereiro desse ano de 1896, foi demarcado o local, e no seguinte começaram a ser carreados os materiais de construção.
Era intendente municipal o comendador Inácio José Corrêa, bisavô, pelo lado materno, do deputado Ubaldo de Campos Corrêa que, por notável coincidência, seria o indicador da construção do novo mercado se Santarém, 65 anos mas tarde.
Foto: Orla de Santarém na década de 1930. Vê-se o antigo Mercado Municipal e o Castelo. Trecho entre as atuais travessas dos Mártires e 15 de Agosto. Foto: Apolônio Fona.
Em 9 de agosto de 1919 o intendente dr. Manoel Waldomiro Rodrigues dos Santos, no intuito de aumentá-lo, mandou arrematar em hasta pública, por 7.203$000, o terreno pertencente aos herdeiros de Raimundo Benjamin Caetano Corrêa, medindo 11 braças, de frente, entre o prédio do mercado e a travessa dos Mártires, aumento, aliás, que não chegou a ser concretizado.
Agora vai desaparecer o antigo próprio municipal. Irrisório, pequeno, para a época atual, mas bem suficiente para a da sua construção, prestou grandes serviços à população citadina. Mas, já de há muito, era considerado uma nódoa para os nossos foros da cidade civilizada. Desprezível, humilde, abandonado, não mereceu sequer uma foto ou uma citação no Álbum do Centenário de Santarém, publicado em 1948. Entretanto isso não ocorreu quando o grande governador paraense dr. Augusto Montenegro mandou organizar o majestoso Álbum do “Pará-1908”. Lá nas páginas dedicadas a Santarém, figura o mercado, todo liró e bonito, atestando aos porvindouros que antigamente também se trabalhava pela terra mocoronga.
Paulo Rodrigues dos Santos
emocionado ao ver cenas como essas, parabéns pelo belo trabalho.
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