A primeira partida de futebol irradiada ao vivo diretamente do "Estádio Municipal", verificou-se em outubro de 1948, quando a seleção "mocoronga" derrotou a forte equipe do "Paysandu Sport Club" da capital do Estado, pelo escore de 2x1. A recém-inaugurada ZYR-9 Rádio Clube de Santarém era o veículo e o locutor o sr. Elias Ribeiro Pinto, que exercia as funções de secretário da Municipalidade. A iniciativa partiu de Jonathas de Almeida e Silva, pioneiro da radiodifusão em Santarém e no interior da Amazônia. Texto: Meu Baú Mocorongo de Wilson Fonseca
Havia também uma trilha estreita,
verdadeiro "caminho de cabras", escorregadio e íngreme, que aos poucos
foram escavando, pela frente do morro - "caminho de cabras" que hoje é a
bonita avenida Adriano Pimentel. Citando o jornal "O Baixo Amazonas" de
29/05/1880, informa: "O sr. tenente Inácio José Corrêa acaba de
proporcionar aos habitantes de Santarém um grande melhoramento de
trânsito, prolongando, à sua custa, a rua dos Mercadores até sair na
Praça Municipal, escavando a parte do Morro do Castelo ( Fortaleza ),
que obstruía esse prolongamento de trânsito. Atos deste muito recomendam
ao conceito público de quem os praticas". E Paulo Rodrigues dos Santos prossegue: "Assim foi
aberta e, mais tarde, paulatinamente alargada, com novas escavações que
permitiram a edificação de prédios, na atual avenida " Adriano
Pimentel"
Na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, na cidade de Santarém,
encontra-se o famoso crucifixo do cientista alemão Karl Friedrich
Philipp Von Martius, que tanto orgulho concede aos moradores deste
município.
Karl Von Martius formou-se em Medicina, mas dedicou-se
ao estudo das Ciências Naturais, especialmente Botânica e Zoologia.
Membro da Academia Real de Ciências de Munique (Alemanha), veio ao
Brasil integrando a comitiva da arquiduquesa Leopoldina, que se casou
com D.Pedro I. Durante três anos (1817 a 1820), por determinação do rei
Maximiliano José, da Baviera, ele viajou pelo país, acompanhado do
Cientista Johann Baptist Von Spix, recolhendo amostras do solo e
exemplares da fauna e da flora. Em parceria com Spix escreveu as obras
"Viagem pelo Brasil" e "A Flora Brasileira", um verdadeiro tratado de
botânica em 15 volumes, com 20.773 páginas e 3.811 gravuras.
Em
18 de setembro de 1819, Von Martius escapou de morrer num naufrágio,
quando navegava pelo rio Amazonas, próximo a Santarém. Aquele dia foi
decisivo na vida do cientista de língua alemã, nascido em 17 de abril de
1794 na cidade de Erlanger, na Baviera, que deixou um dos maiores
estudos sobre a flora brasileira. Em agradecimento a Deus por ter sido
salvo da morte, Von Martius mandou confeccionar um crucifixo de ferro
fundido, com 1,62 metro de altura. O crucifixo, que ficou pronto em
1846, só chegou ao porto de Santarém em 1848 e difere dos demais por
apresentar Jesus ainda vivo.
Mesmo tendo chegado ao ano de 1848, a
peça passou alguns anos desmontada e armazenada na casa do vigário da
cidade, o que gerou certo descontentamento do naturalista, que teve que
solicitar a intervenção do Arcebispo da Bahia na questão:
“...Na
minha ultima carta contei a historia do crucifixo que mandei ao Pará
para ser erigido na igreja de Santarém, e que até agora ficou desarmado
na casa do Snr. Vigário, por serem as muralhas do templo não muito
fortes. Repito a minha devota solicitação, que V. Exc. tenha a bondade
de intervir nesse caso, ordenando que quando o crucifixo (que é de ferro
dourado, e tem oito pés de altura) não coubesse sobre uma cruz na
igreja, seja collocado fora dela, ou pelo lado da ribanceira. Salvado
por milagre das águas do Amazonas, eu sentiria grande satisfação
sabendo, que este testemunho da minha pia gratidão não se perdesse...”(Medico do Povo, nº 98, 1851)
Pode-se ver o "Quartel do
Sol", a Catedral de Nossa Senhora da Conceição (sem as duas torres) e outros prédios do antigo centro
comercial de Santarém (ainda não existia o "Castelo").
Foto: Fidanza no Álbum do Pará de 1899 Fonte: Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós - IHGTap
Você sabia? No lugar que hoje está situado o cinema "Olímpia", foi ocupado por seis chalés, onde moravam meretrizes. Cada chalé tinha o nome de uma flor, que seriam: Gira-Sol, Camélia, Violeta, Bugary, Resedá e miosotis. O chalé da esquina ( Gira-Sol ) foi de propriedade do sr. Anézio Pinto Cota. Na frente tinha um botequim e atrás bancas para jogos de baralho, dominó, firo e gamão. Nos outros chalés moravam as "meninas". Por incrível que pareça, havia grande respeito por parte das "meninas", pois só abriam suas portas para o "público", depois do sino da Matriz bater nove horas da noite. Texto: Meu Baú Mocorongo de Wilson Fonseca
Visão da Praça Rodrigues dos Santos e de parte da frente da cidade de Santarém na década de 1930. Pode-se ver parte do "Quartel do Sol" (lado esquerdo da foto), a antiga usina de luz e força (lado direito da foto) e o casario da época.